A última semana ficou marcada por um impasse no circo da Fórmula 1: O GP do Bahrein deve ou não acontecer? Eu ia comentar e fui deixando até o desfecho aconteceu ontem.
Para quem não sabe, o emirado vem tendo revoltas populares desde fevereiro deste ano. A população pede mais empregos e a queda do governo monárquico, que querendo ou não envolve diretamente a realização da prova no país já que o príncipe é um dos responsáveis pelo autódromo do Sakhir e está ligado diretamente com a corrida em terras barenitas.
Acontece que o governo revidou as revoltas com muito mais força do que o necessário. Foi muito freqüente ver a TV árabe Al Jazeera mostrando imagens de manifestantes em hospitais gravemente feridos ou como nesta matéria, de 17 de fevereiro, logo abaixo:
Estas manifestações, se não estou enganado, começaram logo depois das manifestações egípcias que derrubaram Hosni Mubarak depois 29 anos no governo. Com o cancelamento das corridas da GP2 Asia e, principalmente, da Fórmula 1 a revolta perdeu força já que o país saiu da mídia.
Com o retorno do impasse sobre o GP do Bahrein os manifestantes voltaram às ruas fazendo as suas reivindicações e novamente houve relatos de que o governo revidou de forma desproporcional ferindo diversas pessoas.
Na última semana, o Conselho Mundial da FIA, entidade que regula o automobilismo, resolveu recolocar o GP barenita no calendário desta temporada no lugar do GP da Índia que está marcado para o dia 30 de outubro, mesmo com os problemas políticos que o Bahrein estava enfrentando. Entre algumas das notícias que saíram no início desta semana foi a declaração feita por um dos líderes das manifestações. Segundo Nabeel Rajab, o dia 30 de outubro seria um “dia de fúria”. Por todo o emirado estavam programadas manifestações, principalmente nas proximidades do autódromo.
Alguns pilotos e equipes se manifestaram contra a realização do GP pela situação em que o país passa e por motivos logísticos, já que com a alteração do calendário os times teriam que alteram o cronograma feito no início da temporada.
Ontem à noite, antes do mundo do automobilismo ir para a cama saiu a resposta dos própios organizadores do GP. Devido a tantas reclamações e o agravamento da situação no Bahrein, a corrida foi oficialmente cancelada.
Se os dirigentes da maior entidade de automobilismo não tiveram noção e caíram na onda de algumas pessoas que queriam tirar uma boa grana sem se importar com o próximo que é seu conterrâneo, se o país está passando por uma crise, o GP deveria ser cancelado e só deveria retornar quando a situação se resolver. Penso o mesmo sobre o Japão, se hoje o país não resolveu os seus problemas causados pelo terremoto e a usina nuclear, que se cancelem as corridas. As pessoas são mais importantes que qualquer tipo de divertimento que visa apenas o lucro.
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