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04 junho 2011

O jornalismo está se tornando preguiçoso

Para o processo de seleção “O Grande Estagiário 5” eu produzi dois materiais. O primeiro, que está logo abaixo, é um texto opinativo sobre o quanto o jornalismo esportivo está se tornando preguiçoso. Eu escrevi na correria, quase não mandei. Confira:


Tudo que vem para tornar a vida mais cômoda tende a deixar o homem mais preguiçoso. Foi o quê aconteceu com o carro que “encurtou distâncias” e hoje muitas pessoas usam o veículo para ir até a padaria da esquina ao invés de ir a pé. Depois foi o telefone que agilizou as comunicações para horas, enquanto cartas e telegramas demoravam dias para chegar ao seu destino. Hoje a internet exerce um novo papel na comunicação e também nos veículos de comunicação.

Aliada a veículos mais antigos, a internet criou novos instrumentos que muitas vezes possibilitam a comunicação com pessoas do outro lado do globo de forma mais acessível. Estas ferramentas, que primeiramente tiveram uso pessoal ou militar, hoje já englobam o mercado e são utilizadas por empresas dos mais diversos ramos para as mais diversas atividades.

Como escrevi no início: Tudo que vem para tornar a vida mais cômoda tende a deixar o homem mais preguiçoso. A ferramenta que era utilizada para encurtar uma distância entre duas cidades hoje pode ser usada para ganhar tempo, economizar uns vinténs no final do mês ou ainda engordar o profissional e que a utiliza que prefere ficar sentado em sua cadeira ao invés de sair da redação para investigar mais a fundo a informação coletada. Mesmo assim a tecnologia não é a grande vilã da história. Tudo depende de quem e como é feito o uso destas novas tecnologias.

Hoje eu trabalho na parte operacional de uma televisão e percebo que em algumas situações o jornalismo esportivo é bem preguiçoso. Acredito eu que seja algo pontual e não uma prática de toda esta rede de televisão. O repórter faz a matéria de um jogo sem mesmo ter comparecido ao campo. Como se o repórter estivesse presente, ele provavelmente vê o jogo pelo pay-per-view e só manda o cinegrafista para o jogo. Na segunda-feira o repórter chega a redação, escreve o texto para a matéria, encaixa as entrevistas em seu texto e pronto! A matéria está feita.

Por outro lado, esta tecnologia que é o demônio pode ser um anjo. Se o repórter quer falar com um esportista que está do outro lado do mundo e o veículo de comunicação não teve como enviá-lo, como no caso do terremoto no Japão, é só ligar o Skype e o MSN gravar a conversa e você já tem uma qualidade aceitável para ser feita uma matéria. Este processo também agiliza a coleta de informações como nos casos dos acidentes sofridos por Felipe Massa e Robert Kubica. Mesmo assim a apuração dos fatos tem de serem feitas, já que em situações como as citadas acima é muito comum informações desencontradas.

Ainda assim acredito que o jornalismo esportivo caminha para um comodismo perigoso, já que as facilidades das ferramentas como Twitter, Skype, MSN etc podem trair o jornalista mais preguiçoso que tende a não verificar a informação que recebe e noticiar algo que pode ser uma mentira e depois, até para desmentir o quê foi noticiado, o veículo de comunicação pode perder a credibilidade conquista durante anos.

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